ABSTRACT
In a fragment of Atlantic Forest in Eldorado, Mato Grosso do Sul, Central-West Region of Brazil, a juvenile tayra (Eira barbara) spontaneously approached the observer while he was coursing a trail alone. The animal walked in a normal pace and, upon reaching his boots, alternatingly sniffed them and receded afterwards, assuming a posture that much resembles the play bow, a play signal displayed almost exclusively by canids. This is a rare report of a free-living animal that sought interaction with a human in a non-agonistic manner, instead of avoiding it as expected. It may also be one of the few examples of interspecific play in the wild, in case the observed posture was indeed a play bow. Interactions between humans and other animals are usually observed in situations in which the animal is used to the presence of people and often obtains food from these interactions, or when humans are not recognized as threatening by the animal. None of these scenarios seem to explain the observed behavior; individual traits such as boldness or, most likely, exploratoriness, on the other hand, may do so.
Em um fragmento de Mata Atlântica em Eldorado, Mato Grosso do Sul, Centro-Oeste do Brasil, testemunhou-se a aproximação espontânea de uma irara (Eira barbara) jovem ao observador. Ao alcançar suas botas, alternadamente as cheirava e depois recuava, assumindo uma postura muito semelhante ao play bow, utilizado quase exclusivamente por canídeos como sinal de brincadeira. Trata-se de um raro relato em que o animal procurou a interação com o humano de maneira não agonística, ao invés de evitá-la como seria esperado. Pode ser também um dos poucos exemplos de brincadeira interespecífica na natureza, caso a postura observada seja de fato um play bow. Interações entre humanos e outros animais são comumente observadas quando o animal está acostumado com a presença de pessoas e frequentemente obtém recompensas dessas interações, ou quando humanos não são reconhecidos como ameaça pelo animal. Nenhuma dessas situações parece explicar o comportamento observado, enquanto traços individuais, como coragem e, principalmente, tendência a explorar, podem.